CAE, Figueira da Foz 07.03.2008
foto: bruno raposo
O Grande Auditório do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz foi, de facto, demasiado grande para os Vagabond Opera, banda de Portland, pela primeira vez no nosso país. Estaria cerca de um quarto da sua capacidade total ocupada, maioritariamente por casais de meia-idade, bem vestidos e, certamente, à espera de um “agradável serão”…
Foi ainda com dúvidas sobre se o que teria atraído mais as pessoas ao concerto tinha sido a mistura de Cabaret, Tango e Opera praticada pelos Vagabond Opera, se a sua aparição recente no programa da Fátima Lopes, foi ainda com dúvidas, dizia, que a luz se apagou. Um foco atingiu o palco e assim que a menina Lesley Kernochan colocou uma moedinha num balde e deu a uma manivela imaginária, o espectáculo começou.
Em trajes que, não fosse o seu excelente estado de conservação, poderiam ter quase um século, surgiram um cantor de ópera acordionista e mestre de cerimónias, um saxofonista dançarino e cantor, uma saxofonista e cantora lírica com agudos impossíveis que também tocava serrote, um virtuoso violoncelista aparentemente alheado do mundo em movimentos deslizantes como quem apaga cigarros, um contrabaixista com cara de bom rapaz e um baterista que falava português com sotaque do Brasil.
Foi este sexteto que durante hora e meia conseguiu misturar nomes como Édith Piaf, Charlie Chaplin e Jacques Brel, lugares como o Mississipi, Itália e Macedónia e estilos como a valsa, a chanson française e música cigana. O espectáculo vinha "enlatado e pronto a consumir", em tudo o que isso possa ter de bom e de mau. Algo nervosos e presos na primeira metade do concerto, foram aos poucos mexendo-se mais naturalmente, contando algumas historietas e criando empatia com o público, o que foi apenas totalmente conseguido no encore. Conseguiram mesmo levar à histeria pelo menos 3 meninas que, com grande probabilidade, se chamariam Rita, Joana e Teresinha.
Depois de abandonar o palco a banda deve ter desatado a correr pelo backstage pois ao sairmos do Auditório já estava a vender os seus dois discos editados até ao momento "Get On The Train", de 2003, e "Vagabond Opera", de 2006, bem como a dar alguns autógrafos e a tirar fotografias com quem assim quisesse.
Foi aí que nos confessaram que tinham feito, pela primeira vez, playback no programa da Fátima Lopes e que tinham ficado muito impressionados tanto com o ventríloquo residente no programa como com o senhor que antes tinha estado a falar sobre hemorróidas.
Enfim, tudo bons rapazes…
1 comentário:
Eu dou-te a teresinha...
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