02 fevereiro 2008

Madrugada

[Madrugada : Malabar Recording Company . 2008]














É quase impossível falar de Madrugada, o album homónimo da banda norueguesa, sem constatar que este está marcado simultaneamente pela ausência e pela presença de Robert Buräs.

Composto maioritariamente na primeira metade de 2007, antes da trágica e enigmática morte do guitarrista, encontrado sem vida no chão de sua casa, aos 31 anos, o disco foi gravado entre a Escandinávia e os Estados Unidos.

A gravação foi concluída por Sivert Hoyem (voz) e Frode Jacobsen (baixo) que encararam o processo como uma terapia e como a forma mais genuína de se manterem fiéis à visão que os três, em conjunto, tinham construído para este album. Album que termina simbolicamente com Our Time Won't Live That Long, cantado por Buräs, algo de inédito nos Madrugada, apesar de acontecer no seu projecto paralelo, os My Midnight Creeps.

Este é já o quinto LP de estúdio desta banda que já visitou Portugal em três ocasiões e sucede a Live At Tralfamadore, o seu registo ao vivo editado em 2005. Madrugada, lançado pela editora da banda, a Malabar, voltou a contar com John Agnello na produção, ele que já tinha produzido aquela que é a obra prima dos Madrugada, The Nightly Disease, em 2001 e misturado o primeiro longa duração da banda, Industrial Silence, de 1999.

As composições deste album são construídas, uma a uma, como se fossem um derradeiro sopro da sonoridade que os Madrugada construiram. É a confirmação, se esta fosse precisa, do sangue que tem percorrido as veias dos Madrugada nos últimos 10 anos: sobre as estruturas da trilogia rock, folk e blues, patentear uma identidade absolutamente reconhecível.

Esta é uma delas. O primeiro single, Look Away Lucifer.



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